Acesso à saúde melhorou desde o ano 2000
O mundo registou progressos na saúde desde 2000, nomeadamente na mortalidade infantil e neo-natal ou no acesso aos cuidados de saúde, mas alguns indicadores até pioraram, como a obesidade infantil, a violência doméstica ou o alcoolismo, indica um estudo publicado na revista científica «The Lancet» e apresentado quarta-feira num evento nas Nações Unidas, em Nova Iorque.
O estudo é o primeiro a avaliar o desempenho dos países nas metas relativas à Saúde inscritas nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Definidos em 2015 para suceder aos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, que expiraram nesse ano, os ODS são 17 objectivos universais, 169 metas, e 230 indicadores que visam abordar problemas globais como a segurança alimentar, a pobreza, o acesso à água ou as alterações climáticas e que têm como prazo o ano 2030.
A saúde é um sector central nos ODS: o terceiro objectivo é “garantir vidas saudáveis e promover o bem-estar para todos, em todas as idades” e há indicadores relacionados com a saúde em 11 dos outros 16 objectivos.
Na sua investigação, os cientistas liderados por Stephen Lim, do Instituto para a Métrica e a Avaliação da Saúde na Universidade de Washington, em Seattle, EUA, usaram dados do estudo sobre o Peso Global da Doença para avaliarem o desempenho de 188 países em 33 dos 47 indicadores relativos à saúde nos ODS, classificando-os num índice que vai de zero (o pior) a 100 (o melhor).
Nas suas conclusões, os autores escrevem que se verificam progressos nos indicadores que já estavam abrangidos pelos ODM, mas não tanto nos indicadores que vão além dos ODM, alguns dos quais até pioraram – como o excesso de peso na infância, a violência doméstica ou o consumo excessivo de álcool.
“O nosso estudo é um ponto de partida para mais investigação sobre como e por que motivo os países estão a ter desempenhos melhores ou piores do que a média. Será um esforço anual para garantir que o progresso se mantém e que as lições dos casos de sucesso são rapidamente apreendidas e transferidas para outros países onde o progresso é menos impressionante”, disse Stephen Lim, citado pela «Lancet».
Portugal surge acima de países como França (24.º), Grécia (26.º) ou os EUA (28.º), mas abaixo de Espanha (7.º), Irlanda (13.º) ou Itália (20.º).
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