PJ desmantela rede suspeita da prática dos crimes de tráfico de pessoas

A Polícia Judiciária, através da Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT), no decurso de investigação titulada pelo Mº Pº de Sintra, muito recentemente concluída e que decorria há cerca de um ano e meio, por suspeita da prática dos crimes de tráfico de pessoas e associação criminosa, informa que em sede de cooperação internacional foram agora executados dois Mandados de Detenção Europeus que recaíam sobre arguidos suspeitos que se encontravam em fuga.

A investigação, que teve origem numa denúncia da Embaixada da Roménia, permitiu identificar e desmantelar o modo de atuação de um grupo criminoso que passava pela exploração laboral e sexual de largas dezenas de vítimas.

O modus operandi deste grupo, composto por homens e mulheres passava pela angariação de mão-de-obra, mediante a promessa de melhoria de vida, a qual depois exploravam com recurso a grande violência, ameaça física e coação, bem como à exploração sexual de mulheres e extorsão de outras pessoas, decorrendo esta atividade criminosa em várias áreas do território nacional.

No decurso da investigação foram efetuadas vinte e cinco detenções e realizadas dezenas de buscas e apreensões de material relevante para a investigação. Dos detidos, dezanove encontram-se em prisão preventiva e um com obrigação de permanência na habitação.

As últimas detenções realizadas com esta investigação ocorreram há poucos dias, fora de território nacional, mais concretamente na Suécia e na Roménia, em cumprimento de Mandado de Detenção Europeu, relativamente a elementos com relevo no grupo criminoso, isto, já depois de recentemente e em território nacional, ter sido detido um advogado de profissão, elemento que procedeu à construção do tecido empresarial que possibilitou a exploração das vítimas sob um manto de aparente legalidade, tendo tido também um papel ativo em todos os contactos e atos que levaram à concretização e perpetuação da atividade criminosa por parte de todos os outros arguidos.

A Polícia Judiciária acredita que esta investigação permitiu desmantelar na totalidade o grupo criminoso em causa e identificar cinquenta vítimas que deixaram de estar subjugadas à exploração a que foram submetidas por tal grupo, acreditando, no entanto, que o número de vítimas real ascendia a mais de uma centena, aguardando-se agora a extradição dos suspeitos presos no estrangeiro.