Mente Sã em corpo são…

Segundo o relatório publicado pela Ordem dos Psicólogos Portugueses a aposta na intervenção psicológica contribui para a dinamização do mercado de trabalho, para a poupança do estado em despesas de saúde e para o aumento do bem-estar da população em geral? A OPP publicou no ano transacto um relatório intitulado: “Evidência Científica Sobre Custo-Efectividade de Intervenções Psicológicas em Cuidados de Saúde” em que dá a conhecer os verdadeiros ganhos para o utilizador da intervenção psicológica. E os resultados são muito interessantes.

O grupo de trabalho chegou à conclusão que as intervenções psicológicas contribuem, directa e indirectamente, para a redução de gastos do estado nos cuidados de saúde primários, continuados e hospitalares. Os benefícios da intervenção são claros no campo das perturbações psicológicas como em patologias crónicas e factores de risco associados às mesmas.

Tendo em conta a actual crise associada aos domínios sociais e económicos, a tendência é o agravamento dos quadros clínicos de ansiedade, stress, depressão, suicídios e violência no seio familiar. Uma intervenção precoce no sentido da promoção da actividade do sujeito, sem ter que recorrer a um elevado consumo de medicação, trará menos consequências pessoais, familiares e sociais, reabilitando-o rapidamente para a convivência social e reintegração no trabalho.

Numa altura em que se discute (negativamente) taxas moderadoras dos serviços de saúde e seus efeitos, comprova-se cientificamente que o aumento da intervenção psicológica junto do utente/paciente diminui a procura daqueles serviços, conforme traduz a diminuição do número de consultas (50%), do número de dias de internamento (70%), do número de deslocações às urgências e do número de consumo de (psico)fármacos. A consequência inevitável é a sua tradução contrária na disponibilidade para o trabalho, no aumento da produtividade, na redução do número de dias de baixa médica e na redução dos gastos do Estado com os benefícios fiscais para os doentes e outros benefícios associados a doença.

Infelizmente, as políticas de saúde, quer do país quer da Região, em nada privilegiam a actividade destes profissionais. Ao invés de reforçar o quadro extremamente deficitário de psicólogos em hospitais, centros de saúde, escolas, etc., o que se assiste é um quase abandono e estes serviços aos cidadãos ainda são vistos de alguma forma como um luxo e não como uma solução para o problema.

Numa região onde existem técnicos com formação mais do que suficientes para cobrir as necessidades, e num quadro de exigência de maior racionalidade na prestação de serviços, ignorar estes factos é (mais) uma forma de desperdício insustentável para a Madeira.

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