“A Madeira não reclama misericórdia nem caridade”

Entidades civis, militares e religiosas marcaram presença no Dia da Região.

 

Miguel Mendonça, presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, fez a última alocução na sessão comemorativa do Dia da Região Autónoma da Madeira e das Comunidades Madeirenses.

Uma sessão que ficou também marcada pela intervenção do Grupo Parlamentar do Partido Trabalhista Português e que originou, instantes depois, a expulsão dos mesmos pela Polícia de Segurança Pública.

Para além dos agradecimentos a todos quantos contribuíram para o desenvolvimento regional, com destaque para o líder regional, Alberto João Jardim, o orador fez questão de apontar os constrangimentos impostos à Madeira pelo Estado Português. Uma situação que ainda agora se verifica, a propósito do Plano de Ajustamento Financeiro.

“A Madeira não reclama misericórdia nem caridade. A Madeira, hoje, como no passado, apenas exige que a república seja justa na redistribuição da riqueza, na aplicação das leis e na criação de oportunidades para que os povos autónomos possam ativamente construir o seu próprio futuro. Sobre esta questão cabe perguntar e saber quanto valem os nossos direitos em tempos de crise? ”

O momento serviu ainda para uma análise à situação europeia. Miguel Mendonça considerou que na União Europeia “perdeu-se também o sentido de solidariedade, espírito dos “Pais Fundadores”, tornando-se os mais fortes cada vez mais fortes e mais egoístas ao mesmo tempo que os mais fracos são incapazes de avançarem para realinhamentos comuns. A Europa está, cada vez mais longe das pessoas, como reconhecem, aliás, os próprios responsáveis comunitários”.

Num cenário difícil, em que a palavra crise tornou-se um dado adquirido, o presidente da Assembleia Legislativa criticou duramente aqueles que atentam contra a estabilidade financeira da Madeira, dizendo mesmo que os resgates que basicamente se acompanham de políticas depressivas de austeridade estão piorando as coisas.

“É que o futuro da Autonomia depende, como é óbvio e natural, da sua sustentabilidade financeira. Como já referiu o nosso ilustre conferencista “Há uma crise financeira séria, mas é preciso que essa crise não ponha em causa o núcleo essencial da autonomia regional. Há que lutar contra isso tanto politicamente como juridicamente”.

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