Bem-te-quero e malmequeres‏

O que eu acho acerca disto (da poesia e da utopia)

Com a facilidade que hoje em dia temos em comunicar e divulgar através de blogues e redes sociais, com todo o conhecimento e enriquecimento que isso sugere e permite e nos confere, o que e…u acho disto (da poesia e da utopia)…

… definitivamente Portugal é país de poetas, assumidamente de escritores;
escrevem muito bem, escrevem mediocremente? escrevem, que é o que mais importa e nos interessa;
há os que escrevem e mostram. há os que escrevem e guardam (não guardem, mostrem!);
há os que se limitam a ler e a comentar…limitar??? termo equivocado, porque o simples facto de (nos) lerem é de “per se” uma conquista, uma postura, um querer;
há os que dizem e sabem declamar…há os que tentam e não conseguem…mas esforçamo-nos;
há os de poesia simples e ingénua, há os de poesia avançada e complexa, há os que da natureza falam, e os do erotismo, e os do quotidiano, e os do amor, e os do espiritismo, e os de, e os de, e os de…;
há os que precisam de muitas palavras para desenharem os seus muitos sentimentos, as suas imensas emoções;
há os que com duas ou três estrofes tudo sabem dizer, minimalistas que são da poesia, não ficando a mesma diminuída por tão parco número de caracteres;
há os que organizam reuniões, tertúlias, desafios poético-literários;
há os que criam murais e blogues dedicados a poetas, a escritores, a um qualquer género literário;
há os que viajam pelas palavras, os que com elas se vestem, os que se desnudam das muitas palavras que têm para (nos) outorgar;
há os que vivem, sentem, respiram palavras sob que forma for;
há os que a elas se entregam, os que por elas se escravizam, os que delas fazem o melhor que sabem fazer: moldá-las à imagem do que lhes vai dentro;
há os que se eternizam morrendo do seu próprio doce veneno, das (suas) palavras;

A todos, o que eu acho disto, é que em cada esquina da(s) nossa(s) cidade(s) há sempre um poeta desadormecido.
A todos, o que eu acho disto, é que em cada poeta-escritor, há sempre um poema-palavra que desperta.
A todos, o que eu acho disto (da utopia), é que se o mundo ficasse nas mãos dos poetas e dos escritores, dos músicos e dos pintores, dos arquitectos e dos actores, dos fotógrafos e dos cantores, as mil mortes, as mil dores, as mil lágrimas que todos os dias acontecem, seriam apenas poesia, ou prosa, ou projecto, ou tela, ou pauta, ou voz, ou imagens paridas pelo ventre da nossa inesgotável criatividade. Para um mundo melhor. Da poesia e da utopia.

António Cruz escreve de acordo com a antiga ortografia.

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