Atentado ambiental no Porto Santo

A situação está referenciada no Sítio da Lapeira de Fora.

A ocupação de um terreno para depósito de sucata e lixo tem causado “dores de cabeça” aos moradores na zona. A denúncia aponta o mau cheiro proveniente das queimadas que são feitas, ratos que proliferam pela zona e o lixo que ali fica depositado. O terreno em causa foi apontado como sendo propriedade de Tranquada Gomes, porém o presidente da Assembleia Regional desmente, mas tem conhecimento do caso,
A autarquia também sabe do que se passa mas até à data nada foi feito.

Sara Silvino
ssilvino@tribunadamadeira.pt
“É um atentado ambiental”, apontam vários moradores no sítio da Lapeira de Fora, no Porto Santo.  A situação em causa refere-se a um terreno que está sendo usado como depósito de sucataria. A este cenário junta-se lixo e ratos que proliferam pela zona. O caso, segundo os moradores, não é de agora.
A situação em causa, que nos foi denunciada pelos moradores, a qual o «Tribuna» constatou “in loco”, decorre há já alguns anos.
Para além de ser visível o “atentado ambiental” junto às habitações, as queimadas (de pneus, lixo) que são feitas com frequência têm prejudicado ainda mais os populares. “Não conseguimos estar em casa com o cheiro das queimadas. É muito forte”, afirmaram. Outro problema apontado é o aparecimento de ratos que, segundo contaram, tem sido muito frequente na zona assim como o lixo amontoado.
Segundo apurámos, o caso terá já sido exposto à Câmara Municipal do Porto Santo, o que levou os moradores a ficarem expetáveis perante uma solução breve a este atentado. Mas a situação não tem melhorado, pelo contrário, apontam.
Ao que nos foi indicado, o terreno em causa seria da propriedade do Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira (ALM), Tranquada Gomes. Mas isso foi descartado pelo próprio ao «Tribuna».
Sobre esta situação, e respondendo à nossa questão se era o proprietário do terreno que está sendo usado para sucataria, Tranquada Gomes respondeu: “O prédio que refere não é minha propriedade. Pertence a uma sociedade imobiliária que tem 5 sócios. Pode confirmar isto através do registo predial ou pela matriz cadastral”. Respondeu ainda: “O que posso dizer é que a Câmara Municipal do Porto Santo inquiriu a proprietária sobre esse facto e, em resposta, esta terá afirmado desconhecer a identidade do sujeito que estava a utilizar parte do prédio para esse fim, que não lhe dera autorização para o efeito e que a Câmara devia intimá-lo a desocupar e limpar de imediato a parcela de terreno em causa”. Continuando: “Segundo esclarecimento verbal prestado pelo sujeito há um acordo entre ele e a Câmara para remover a sucata até meados deste mês. Como a Câmara já terá tomado as medidas necessárias  para pôr termo a esta utilização ilegal e o sujeito manifestou a intenção de acatar com as mesmas, o assunto estará resolvido”.
Mas, no entanto, o assunto ainda não foi resolvido. Tudo continua na mesma, com mais sucata, aumentando a propagação de lixo e ratos.
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Tudo na mesma
O «Tribuna» tentou obter um comentário sobre esta matéria, por parte do Presidente da Câmara Municipal do Porto Santo, Filipe Menezes de Oliveira, com o intuito de saber qual a medida que a autarquia pretende tomar perante este “atentado ambiental”.
No entanto, apesar das tentativas não foi possível obtermos resposta às questões enviadas até ao fecho da edição. Contudo, e segundo apurámos, a autarquia terá conhecimento do caso e, alegadamente, terá intimado o proprietário da sucata. Mas a que se verifica, neste momento, ninguém se “mexeu”. Os moradores continuam a (des)esperar por uma solução.


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