Sida: novos desafios em tempos de mudança
No próximo dia 1 de dezembro assinala-se o Dia Mundial de Luta contra a Sida e o Núcleo de Estudos do VIH da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna faz uma reflexão sobre as mudanças que se operaram nas últimas décadas no que ao tratamento e acompanhamento da doença diz respeito. Fausto Roxo, membro da direção do núcleo frisa a importância da multidisciplinaridade nos tratamentos futuros e o papel relevante da Medicina Interna nestes.
Para o especialista «os progressos efetuados nestas poucas décadas têm sido enormes, com fármacos de alta eficácia, em co-formulações que permitem uma terapêutica apenas com um comprimido diário, longe dos velhos tempos, com cocktails de dezenas de pílulas de eficácia reduzida. Estão no horizonte possíveis terapêuticas trimestrais ou semestrais e cada vez mais há o atrevimento de prever uma cura funcional». Existe por isso uma necessidade de refletir sobre as mudanças ao nível das armas terapêuticas, perfil dos doentes, forma de seguimento destes e a redefinição de objetivos à escala global. Sobre este último ponto, observe-se os objetivos definidos pela ONUSIDA para o ano 2020 que se traduziram no que se denominou 90-90-90, ou seja, 90% de todos os casos diagnosticados, destes diagnósticos, 90% em tratamento e, destes em tratamento, 90% com viremias suprimidas. Paralelamente, no Congresso Mundial de Vancouver em 2015 foram apresentados os resultados finais do estudo “START”, que não deixa dúvidas em relação às vantagens de iniciar terapêutica em todos os doentes com diagnóstico de infeção por VIH, independentemente da sua carga viral ou contagem de linfócitos CD4.
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