Funchal escolhido para a Bienal de Artes Contemporâneas em 2019
O Funchal foi uma das cidades escolhidas para acolher a segunda edição da BoCA – Bienal of Contemporary Art, um projeto dirigido pelo ator e encenador John Romão, que pretende criar pontes não só entre cidades, mas também entre campos artísticos distintos, como as artes performativas e visuais, e que vai decorrer, simultaneamente, em vários espaços de Lisboa, Porto e Funchal, entre março e abril de 2019. A bienal apresenta-se como uma estrutura de produção e programação que abarca diferentes territórios da arte contemporânea e tem como objetivos promover a produção de obras originais, estabelecer sinergias inéditas entre instituições, promover residências artísticas e fomentar a educação artística aberta ao público especializado e não especializado.
Paulo Cafôfo considera tratar-se de “mais um grande reconhecimento à política cultural do Município que, ao longo dos últimos anos, tem vindo a apostar numa amplitude e numa diversificação da oferta, como, de facto, não havia memória no Funchal. Temos feito muito e temos feito bem, requalificando infraestruturas, investindo em programação de qualidade, democratizando o acesso da população, promovendo eventos próprios e sendo parceiros ativos das mais variadas iniciativas na cidade.” Para o Presidente, “isso é o resultado de uma estratégia clara, que visou a Revitalização do Comércio e dos Serviços da cidade, e essa grande dinamização que temos conseguido imprimir aos nossos espaços urbanos, atraindo locais e turistas, tem qualificado enormemente a oferta do Funchal, assumindo-nos como uma referência cultural no Atlântico.”
A oportunidade de integrar a Bienal, que este ano, em estreia, se cingiu a Lisboa e Porto, “é mais um passo com muito significado dentro daquela que é a nossa visão para a cidade”, sendo que o objetivo “é continuar a inovar, promovendo, através de uma programação transversal, um diálogo entre organismos, nacionais e estrangeiros, e, sobretudo, entre diferentes formas de arte, numa fusão entre teatro, música, dança, pintura, entre outras.”
O Teatro Municipal Baltazar Dias será o palco por excelência da Bienal no Funchal, anuncia o Presidente, estando já confirmada “a realização de duas residências artísticas no Teatro, no último trimestre de 2018.” O evento contará, igualmente, “com o Museu A Cidade do
Açúcar, o Museu de História Natural e o Museu Henrique e Francisco Franco. Queremos fazer com que as pessoas consumam arte fora do formato a que estão habituadas e parte das iniciativas previstas vai privilegiar a interação com a comunidade e um processo de criação in loco, que não é de todo habitual.” Paulo Cafôfo sublinha, ainda, que está em aberto a possibilidade de outras entidades culturais regionais associarem-se a este projeto, para o que poderão contar com o apoio da Câmara Municipal do Funchal.
A Bienal de Artes Contemporâneas 2019 irá contar com apoios municipais e com a parceria estratégia de mais de 20 instituições culturais das três cidades envolvidas. Em Lisboa, a Fundação Calouste Gulbenkian, o Museu Nacional de Arte Antiga, o Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, a Galeria Zé dos Bois, o Centro Cultural de Belém, o Teatro Nacional D. Maria, o Teatro Nacional São Carlos, o São Luiz Teatro Municipal, o Teatro da Trindade, o Teatro da Politécnica e o Lux. No Porto, o Teatro Municipal do Porto – Rivoli, o Teatro Nacional São João, a companhia Mala Voadora e o Passos Manuel.
Serão apresentados, sob a direção artística do ator e encenador John Romão, mais de 30 projetos, tanto de criadores nacionais – todos em estreia mundial –, como de criadores regionais, paralelamente a atividades educativas e de formação. Paulo Cafôfo sublinha, por fim, que “a BoCA permitirá também que artistas madeirenses sejam incluídos na programação das instituições culturais em Lisboa e Porto, o que é outra conquista substancial desta parceria e da nossa cena cultural. O mérito do Funchal está a ser reconhecido a vários níveis e estamos todos de parabéns por isso, artistas, agentes e promotores culturais públicos e privados.”
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