Crianças são o elo mais fraco dos divórcios

O divórcio nem sempre é um processo fácil. As crianças são o elo mais fraco.

Pedir o divórcio não é algo que se faça de ânimo leve. Os casais chegam a conclusão que os problemas verificados são insuperáveis e perante isto, caso seja solicitada, entra a mediação familiar, que tem assumido uma crescente importância na área da resolução de conflitos familiares na fase de separação.

Maria Luísa Santos, presidente da delegação regional do Instituto Português de Mediação Familiar, explica que um dos principais objetivos, quando existem filhos na relação, é encontrar uma solução favorável para as crianças.

“Nalguns casos, em que as divergências não se conseguem resolver apenas com o recurso ao mediador familiar, as crianças funcionam como armas de arremesso. Em tribunal, cada pai tenta puxar para o seu lado, facto que gera muita confusão na cabeça dos menores”.

A delegação regional, criada em 2008, tem trabalhado em parceria com a Associação Presença Feminina, atendendo uma média de 20 casos por ano. Mas, contrariamente ao que se possa pensar, não são apenas as famílias mais carenciadas que procuram a mediação, de modo a poupar com as custas judiciais e os advogados.

Maria Luísa Santos constata ainda que um dos principais problemas, no decorrer das negociações, é a pensão de alimentos. “Hoje em dia, com esta crise, são cada vez mais os pais que incorrem em incumprimento”. E neste âmbito, apesar do mediador procurar uma situação de equilíbrio, existem casos complexos.

Tendo em conta os casos atendidos, na Região Autónoma da Madeira, chega-se à conclusão que a crise sócio-económica potencia muitas discussões no seio familiar. “Não será, de certo, a causa do divórcio, mas a falta de dinheiro tem reflexos em todas as famílias e na forma como se gere uma casa”.

A presidente da delegação regional anunciou ainda que, para o próximo ano, está prevista a realização de uma pós-graduação em Mediação Familiar, a cargo do Centro de Competências de Tecnologias da Saúde da Universidade da Madeira. “Será uma oportunidade para dinamizar esta área”.

De referir que o Instituto Português de Medição Familiar foi criado em 1990, por iniciativa de Maria Saldanha Pinto Ribeiro. Desde aí, conjuntamente com várias personalidades da sociedade civil, procura atenuar os conflitos decorrentes dos processos de separação. Em 2001 foi assinado um protocolo entre a Comissão Nacional de Família e este organismo com vista a sensibilizar os elementos das autarquias para a prática da Mediação Familiar.

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