Liliana Rodrigues em Fórum Económico na Polónia

A eurodeputada madeirense Liliana Rodrigues participou como oradora no XXVI Fórum Económico, realizado na cidade polaca de Krynica Zdrój, entre 6 e 8 de Setembro, este ano com o tema “Unidos ou Divididos? A Europa perante os desafios do amanhã”.

O evento contou com a presença de vários chefes de governo e parlamentares e a sessão plenária de abertura -“Uma economia estável em tempos instáveis”- coube a Vytenis Andriukaitis, Comissário Europeu da Saúde e Segurança Alimentar e a Mateusz Morawiecki, Ministro do Desenvolvimento Polaco.

Liliana Rodrigues participou no debate sobre “Inovação Social: Um método para a melhoria da qualidade de vida nas cidades”, tendo oportunidade para vincar a importância da “inovação social no reforçar da capacidade de ação da sociedade, assumindo-se como um elemento chave na melhoria das respostas aos diferentes desafios sociais, assim como no dinamismo e na sustentabilidade das nossas cidades. Em Portugal, na Europa e no Mundo, existem hoje vários projetos de inovação social com resultados significativos, principalmente nos domínios da empregabilidade, da igualdade de género, da prevenção de problemas de saúde, da redução de resíduos, do combate à pobreza e à exclusão social e também da inclusão social. Um bom exemplo disso mesmo é o caso da Praia Formosa, no Funchal, onde foi recentemente desenvolvido um projecto que torna possível o acesso à praia a pessoas invisuais. Uma ideia simples, mas de enorme impacto no bem-estar e qualidade de vida destas pessoas. Também no Funchal, o orçamento participativo tem sido um sucesso, fazendo com que os cidadãos se envolvam na vida pública e decidam o que querem financiar. Esta é a grande força do poder local que traz a dimensão de cidadania e de responsabilidade.

Há hoje cerca de 4 biliões de pessoas a viver nas cidades e este é um número que tenderá a aumentar. É por isso imperativo que as cidades proporcionem qualidade de vida a quem nelas reside e a inovação social é um instrumento privilegiado para a alcançar, trabalhando em todas as áreas e serviços essenciais para esse objetivo.

Quanto ao papel que as instituições europeias poderão ter neste domínio, a deputada socialista acrescenta que “todas estas iniciativas cidadãs carecem de um suporte que lhes permita crescer e rentabilizar o seu impacto, nomeadamente ao nível da melhoria do financiamento e do enquadramento legal, da maior visibilidade ao nível nacional e europeu, com troca de informações sobre boas práticas e ainda ao nível da educação e formação, de forma a desenvolver a sensibilidade e o interesse por estes actos de participação cívica, sem esquecer, obviamente, a simplificação de processos e a avaliação de resultados. Apenas através de uma sinergia entre os diferentes instrumentos financeiros disponíveis, numa aproximação multi-fundos, poderemos realmente capacitar o poder local e só assim falar em inovação social.

Teremos de estar todos envolvidos, a nível local, regional, nacional e europeu, única forma de possibilitar que os cidadãos idealizem e concretizem projectos que dêem resposta aos desafios específicos da sua cidade, contribuindo para o bem-estar da comunidade e, ao mesmo tempo, envolvendo-os de forma activa na definição das políticas da cidade.”

Foram ainda debatidos outros temas relevantes no contexto sociopolítico actual, como o desenvolvimento sustentável, a migração e segurança no Mediterrâneo, o planeamento energético, a economia inovadora, a juventude e o mercado de trabalho, a digitalização e o desenvolvimento, a cooperação transfronteiriça, o terrorismo, o sistema de saúde, infraestruturas e transportes, o pós-Brexit, os Panamá Papers ou a educação, entre muitos outros.

Liliana Rodrigues optou por não participar na entrega do prémio “homem do ano”, atribuído ao primeiro ministro húngaro Viktor Orban, por ter sérias reservas em relação às suas posições políticas, particularmente no que diz respeito aos direitos humanos e das mulheres, evidentes na sua posição em relação aos refugiados e no tratamento desumano que lhes reservou na Hungria. No entanto, mostrou-se agradada com o trabalho desenvolvido neste Fórum Económico em Krynica, “cidade polaca onde o diálogo sobre o futuro da Europa se faz há 25 anos num contexto de discussão informal que propicia a cooperação política, económica e social”.


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