Jogo da ‘Baleia Azul’ com dois casos registados na Madeira

O jogo online ‘Baleia Azul’, que tem levado vários jovens a se automutilar, já registou o primeiro caso em adultos. O jogo apresenta 50 desafios que têm de ser seguidos à risca, sendo a última tarefa o suicídio.

As autoridades policiais têm acompanhado estes casos que se registaram, na maioria, no Continente. Porém, a Madeira não é excepção e já tem registo de, pelo menos, dois casos confirmados.

O «Tribuna» tentou saber junto do Comando Regional da PSP Madeira pormenores sobre esta situação e se a mesma está sendo acompanhada na Região por esta entidade.

Em resposta às nossas questões, “o CR PSP Madeira informa-a que este assunto está a ser devidamente acompanhado por este órgão de polícia criminal, no âmbito das suas competências, havendo a registar dois casos na RAM”.

A PSP-Madeira aproveita a oportunidade para deixar alguns esclarecimentos e conselhos relativamente a esta matéria: «O “Baleia Azul” consiste em desafiar o jogador a completar 50 tarefas, entre as quais cortar o lábio ou infligir cortes no próprio corpo. Os administradores/curadores do jogo enviam ainda filmes e músicas que os jovens têm de ouvir, sendo que a última tarefa pode culminar no suicídio. Para que não abandonem o jogo, os administradores/curadores ameaçam as vítimas dizendo inclusivamente que têm em sua posse o local de residência e informações acerca dos seus familiares.

A adesão faz-se inicialmente através de conversações nas redes sociais, onde o jogo é apresentado e proposto por amigos. Posteriormente o administrador/curador valida a ‘aceitação’ da vítima convidada e integra-a numa aplicação de conversação, através da qual passam a interagir. Depois disto, o “curador” finge interessar-se pela vitima, envolvendo-a numa mentira fisicamente autodestrutiva e psicologicamente desestruturante. Se a vítima tentar desistir do desafio, o curador amedronta-a, fazendo-a acreditar que está a ser vigiada ou que pode ser humilhada.

A PSP já lançou uma campanha composta por vários cartazes distintos e que serão difundidos pelas principais redes sociais. Para além disso recomendamos ainda aos pais que se deverão manter informados relativamente aos “indícios” do jogo bem como sensibilizar e abordar, de forma descomplexada, as suas crianças e jovens para as implicações do mesmo. Importa ainda que os pais alertem as crianças sobre os riscos de adicionar desconhecidos e recomendem que apenas a família, amigos e pessoas da escola façam parte da lista de amizades nas redes sociais.

Pela sua natureza, alguns dos desafios propostos no jogo podem ter resultados visíveis e detetáveis: os golpes feitos por navalhas ou lâminas nos braços e nas mãos, assim como um corte com a palavra “sim” na coxa direita são alguns destes exemplos. Também a saída de casa por volta das 04h20 da manhã ou a publicação nas redes sociais da hashtag “#i_am_whale” podem indiciar que a pessoa se encontra dentro do jogo.

Os colegas da escola que suspeitarem de algum comportamento anómalo, e na perspetiva de ajuda, deverão alertar os diretores de turma, professores e/ou os psicólogos escolares. Deverá igualmente ser procurada ajuda psicológica especializada em quadros psicopatológicos com acompanhamento clínico.

Se precisa de ajuda ou tem dúvidas sobre este tipo de problemas, contacte a Polícia. A PSP relembra que em caso de emergência deverá contactar o número 112 assim como as Equipas da PSP da Escola Segura podem ser contactadas no âmbito das suas atividades diárias».

Secretaria da Educação

com “intervenção preventiva”

O «Tribuna» questionou também a secretaria regional da Educação (SRE) sobre esta matéria, de modo a saber se a situação do jogo online ‘Baleia Azul’ – cuja maioria das vítimas têm sido jovens estudantes – está a ser acompanhada na Região Autónoma da Madeira (RAM). O governante com a pasta da Educação respondeu que “sim”.

Segundo Jorge Carvalho: “No âmbito da sua intervenção formativa global e no quadro de projetos específicos, como é o do combate ao cyberbullying, cabe à SRE uma intervenção preventiva, cujos efeitos se consideram positivos”.

Em caso de dúvidas, aconselha: “Qualquer ocorrência suspeita deverá ser alvo de queixa, por parte de qualquer um dos elementos da comunidade educativa, na PSP, uma vez que a natureza do assunto não é alvo de escrutínio direto da SRE ou das escolas”, finalizou o secretário regional.


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