Quercus alerta para os impactes ambientais de uma dieta incorreta

Celebra-se hoje, dia 16 de outubro, o Dia Mundial da Alimentação, comemoração que pretende sensibilizar a opinião pública para as questões da nutrição e alimentação. Neste dia, a Quercus decidiu alertar a população portuguesa para os impactes que uma dieta incorreta tem não só na saúde pública, mas também no Ambiente. A Quercus considera que são cada vez mais os sinais de desequilíbrio do Planeta e é necessário que os Governos de todo o Mundo, incluindo o português, tenham uma postura mais ativa na procura e implementação de soluções que visem uma alimentação mais sustentável dos seus cidadãos.

A Organização Mundial de Saúde alertou, em 2015, para o perigo dos hábitos alimentares atuais, referindo que o elevado consumo de carne maturadas, tais como as salsichas, carne cozinhada a altas temperaturas (churrasco), serão potencialmente cancerígenas.

Foi estimado que 50 gramas de carne, consumida diariamente, aumente o risco de cancro em 18% e que 100 gramas aumentem para mais 17%. Surpreendentemente, estima-se que 34 mil mortes cancerígenas estarão estritamente ligadas ao consumo exagerado de carne processada, segundo a IARC.

Além dos malefícios para a saúde humana, as Nações Unidas chamam a atenção para um estudo realizado pela Proceedings of the National Academy of Sciences. A produção de gado é responsável por 18% das emissões de gases do efeito estufa a nível mundial. Anualmente, este setor emite 6,5 mil milhões de toneladas de CO2 equivalente. Estimou-se que os animais libertem entre 156 e 293 gramas de metano por cada quilograma de carne produzida.  A dieta actual em muitos países, baseada em carne e outros produtos animais, têm emitido mais gases de efeito estufa (CO2, metano, óxido nitroso, e outros) que os transportes ou a indústria (EcoD, 2013).

Alterações climáticas, crescimento populacional e consequências

Além das alterações climáticas, discutidas a vários níveis, o crescimento populacional é uma das questões que mais preocupante para o futuro. É estimado que a população mundial, em 2050, atinja os 2,5 mil milhões de seres humanos. Para conseguir dar resposta às necessidades básicas da humanidade é crucial que a produção alimentar mundial aumente em 70% e que os hábitos alimentares da população em vários países sejam alterados para padrões mais equilibrados.

A agricultura sustentável, mais que uma moda, é uma resposta correta e equilibrada entre as necessidades da população e os recursos do planeta. Até este momento foi mais fácil e rentável optar pela produção em massa e de modo intensivo, deixando de lado os sistemas tradicionais e a preocupação pelos impactes que a produção intensiva acarreta.

A Quercus considera que é urgente alterar os hábitos alimentares em vários países e saber adotar práticas ambientais e responsáveis, tais como reduzir a quantidade de resíduos antes do produto entrar no mercado e reduzir significativamente os desperdícios alimentares. Estima-se que atualmente cerca de 1.3 mil milhões de toneladas (1/3 dos produtos para consumo humano) sejam desperdiçados. Estas perdas representam não só os maus hábitos da sociedade, mas também um desaproveitamento dos recursos utilizados na produção, tais como água, energia, fatores de produção e solo.


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