Google despede engenheiro por “perpetuar estereótipos de género”

A Google despediu James Damore depois de, na sexta-feira, o engenheiro de sofware ter publicado um memorando interno onde discutia a paridade em lugares de chefia de topo, argumentando que a desigualdade de oportunidades na empresa se devia a diferenças “biológicas” entre homens e mulheres.

Esta segunda-feira, o engenheiro foi despedido pela Alphabet, a dona do Google, e foi acusado de “perpetuar estereótipos de género”. No documento de dez páginas, o engenheiro escreveu que “a discriminação positiva para conquistar uma representação igualitária é injusta, desagregadora e má para o negócio”.

Esta segunda-feira, Sundar Pichai, presidente executivo do Google, assinou um comunicado interno onde declara que o memorando ultrapassou os limites “com estereótipos que prejudicam o ambiente de trabalho e a empresa”, segundo a BBC.

“Sugerir que um grupo de colegas tem características que o torna biologicamente menos apto para um trabalho é ofensivo e não é correcto”, escrevu Pichai. “É contrário aos nossos valores elementares e ao nosso código de conduta, em que se espera que cada Googler [trabalhador do Google] faça o máximo para criar uma cultura de trabalho livre de assédio, intimidação, preconceito e discriminação ilegal”, escreve o CEO no documento partilhado pelo portal Techcruch.

Se as reacções ao memorando foram maioritariamente negativas, há também quem esteja do lado de James Damore. Julian Assange, fundador do site de denúncias Wikileaks, é um dos exemplos. Assange, que vive exilado na embaixada do Equador em Londres, no Reino Unido, ofereceu mesmo emprego ao funcionário despedido, condenando a decisão do Google, que acusa de censura.


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