Putin anuncia aumento do poderio militar russo

O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou a dezassete dias das eleições presidenciais, em que é o grande favorito, o desenvolvimento de um novo míssil balístico intercontinental capaz de alcançar “praticamente qualquer parte do mundo”. Putin fez esta quinta-feira o discurso anual perante a Assembleia Federal da Rússia, onde explicou que o desenvolvimento de novas armas no arsenal militar russo é a resposta à retirada dos Estados Unidos, em 2002, do Tratado sobre Mísseis Antibalísticos, assinado em 1972 com a União Soviética.
“Não ouviram o nosso país naquela altura. Oiçam-nos agora”, disse o líder russo, garantindo que algumas das novas armas já foram testadas no final do ano de 2017.
O grande destaque do discurso foi a apresentação do novo míssil intercontinental, que seria “dificilmente intercetado” por escudos antimísseis e que consegue alcançar “praticamente qualquer parte do mundo”, segundo referiu Vladimir Putin. Segundo Putin, trata-se de um “míssil de cruzeiro de baixo voo, (…) de voo imprevisível, que pode ignorar as linhas de interceção, e é invencível perante os vários sistemas de defesa antimíssil e defesa antiaérea”.
O líder russo avisou que, não obstante o poderio militar da Rússia servir sobretudo para assegurar a paz e a estabilidade no mundo, qualquer ataque com armas nucleares contra a Rússia e os seus aliados teria retaliação “imediata”.
“Estamos muito preocupados com algumas partes da nova postura nuclear (dos Estados Unidos), que diminuiu o ponto de referência para o uso de armas nucleares. Por mais que sejam usadas palavras tranquilizadoras, conseguimos ler o que foi escrito. E está escrito que essas armas podem ser usadas em resposta a um ataque convencional, e até mesmo um ciberataque”, disse Vladimir Putin. “A doutrina nuclear diz que a Rússia se reserva o direito de usar armas nucleares somente em resposta a um ataque nuclear ou a um ataque com outras armas de destruição em massiva contra os seus aliados, ou um ataque convencional contra o nosso território que ameace a própria existência do Estado. Como tal, é meu dever clarificar isto: qualquer uso de armas nucleares contra a Rússia ou contra os seus aliados, seja em pequena, média ou qualquer outra escala, será tratado como um ataque nuclear contra o nosso país. A resposta será imediata, com todas as consequências relevantes “, advertiu Putin


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