Um plano regional de emprego

Depois da publicação dos valores do desemprego registados no primeiro trimestre para o todo nacional, ficamos a saber que o nível da taxa de desemprego jovem na Madeira atingiu o valor recorde de 51,9 por cento.

Por faixas etárias são 5.955 jovens madeirenses dos 15 aos 24 anos sem trabalho, e 6.482 dos 25 aos 34 anos. Isto corresponde, em números, a 12.437 jovens desempregados, de um todo regional de cerca de 21 mil pessoas sem emprego. Ou seja, cerca de 60% dos desempregados da R.A.M. são pessoas abaixo dos 34 anos, o que não pode deixar ninguém indiferente.

A incerteza do futuro que a juventude madeirense enfrenta é dramática e, ao contrário do discurso oficial, não promete parar por aqui: são + 18,4% face ao trimestre anterior e + 31,7% face ao mesmo período em 2011.

Perante estes números que não merecem discussão mas antes uma reflexão profunda e uma atitude pronta, veio o Sr. Secretário Regional dos Assuntos Sociais afirmar que a Madeira já “atingiu o topo da percentagem do desemprego”! O que quer isto dizer? Que não haverá mais jovens desempregados? E o que fazemos com as cerca das 12 mil almas sem trabalho, sem esperança, sem forma que retribuir a sua formação para o mercado de trabalho? Voltamos à imigração? E para cúmulo agarra-se a um novo programa do Governo da República, o “Impulso Jovem”, que promete combater este flagelo mas que dará prioridade às chamadas regiões de convergência (Norte, Centro e Alentejo), excluindo precisamente as Ilhas.

Urge para a Madeira um planeamento estratégico pensado. E há muito por onde começar: direccionar os Jovens para áreas importantes para a Região, como o Turismo, Agricultura e o Comércio Tradicional vocacionado para os visitantes, nomeadamente através de benefícios e apoios estratégicos para jovens e empresas que apresentem projectos nesta área; incentivo à agricultura biológica e ao produto regional; promoção do arrendamento rural de terrenos públicos em condições mais favoráveis para os jovens desempregados ou à procura do primeiro emprego; impulso fiscal ao mercado de arrendamento para jovens recém-licenciados ou recém-empregados, ou facilitando o acesso ao crédito habitação que é essencial para os jovens casais que querem ou estejam a iniciar a sua vida familiar.

Mas qualquer medida que ora se queira aplicar não fará qualquer sentido se não for enquadrada numa estratégia global para a Região Autónoma da Madeira, a médio e longo prazo. Mais do que encharcar-se de antibióticos, é importante diagnosticar correctamente o problema e estabelecer um esquema de recuperação e restabelecimento. Nesse sentido é prioridade a criação de um plano regional de emprego, tendo em vista, entre outras medidas, o urgente combate ao desemprego jovem.

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