O inferno abriu uma delegação na Madeira

A Bíblia diz em Apocalipse 20:9 “E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade querida; mas desceu fogo do céu, e os devorou.”

A nossa Madeira foi tomada de assalto por um verdadeiro Inferno na terra. Tal e qual no grande aluvião do “20 de Fevereiro” de 2010, vivem-se momentos de horror, de enorme sofrimento humano e de uma luta incansável pela sobrevivência! As imagens são verdadeiramente horrendas: as chamas avançando imparáveis, insensíveis às dores humanas, ao seu património, vencendo em poucos minutos qualquer barreira de defesa. Tocantes foram as palavras daquele senhor que, perante casa e carro ardidos, uma vida de trabalho esfumada em minutos, lá dizia que “tinha que ir trabalhar novamente”.

Com a Madeira a arder por todo o lado, os Madeirenses são no entanto inesgotáveis na sua solidariedade. Na impossibilidade dos bombeiros, com os meios que possuem, estarem em todo o lado ao mesmo tempo, o apoio popular tem sido incansável a todos os níveis, desde levando comida aos soldados da paz, àqueles de ficaram sem tecto, àqueles que se viram impossibilitados de voltar às suas casas. Se o inferno subiu à terra, os anjos também por cá andam.

A pergunta na boca do povo: como é que isto é possível? Uma ilha que herdou o seu nome devido à quantidade de “material inflamável” que por cá foi encontrado (Madeira), estão os Madeirenses condenados a reviver a lenda dos seus fogos eternos? Como é possível que deixemos não ser uma prioridade a defesa do nosso património natural e património humano? Foi decidido cortar no apoio aos bombeiros; foi dito que a Madeira tinha bombeiros a mais; e agora todos dizem que faltam meios e homens. Dizem que para a Madeira são incomportáveis meios de combate aéreo aos incêndios, até porque não temos rios; no entanto, Canárias também não os tem e os seus helicópteros andam incansáveis a combater fogos. Entretanto as pessoas choram.

Deixo uma palavra de conforto e solidariedade a todas as pessoas que foram afectadas pelos fogos, especialmente todos aqueles que perderam os seus bens. E uma enorme palavra de apreço e gratidão a todos os que arriscam a sua vida enfrentando o fogo.

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