Porto diz que cordão sanitário é “medida absurda”

A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse que estaria a ser “equacionado” um cerco sanitário ao Porto e as palavras não foram bem recebidas na Câmara Municipal. Rui Moreira, o presidente da autarquia, considerou a declaração “inopinada” , “extemporânea” e “absurda”.
“A Câmara do Porto deixa de reconhecer autoridade à senhora directora-geral da Saúde, entendendo as suas declarações de hoje como um lapso seguramente provocado por cansaço”, apontou a autarquia em comunicado. “[A medida seria] absurda num momento em que a epidemia de covid-19 se encontra generalizada na comunidade em toda a região e país.”
A Câmara Municipal do Porto afirma que a suposta medida “não foi pedida pela Câmara do Porto, não foi pedida pela Protecção Civil do Porto e não foi pedida pela Protecção Civil distrital”.
“Nenhuma destas instituições e nenhum dos seus responsáveis, incluindo o presidente da Câmara do Porto foi contactado, avisado ou consultado pela Direcção-Geral da Saúde”, assinala a autarquia.
Foi também hoje, em conferência de imprensa, que Graça Freitas disse estar a ser equacionado um cordão sanitário no concelho.
“O Porto tem estado a receber todo o apoio nacional. Quanto ao cordão sanitário, provavelmente será hoje tomada uma decisão nesse sentido”, disse. “Esta decisão compete às autoridades regionais, às autoridades de saúde nacionais e ao Ministério da Saúde.”
É no Norte do país, recorde-se, que existem mais casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus. Esta região tem 380 casos confirmados e 74 mortes.


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