Bem-te-quero e malmequeres‏

Gulbenkian

Os namorados que se beijam por entre os perfumes exalados pelas plantas exóticas.
O sem-abrigo que se acosta no banco de pedra tapado por um cobertor de perfumes florais.
Os turistas que passam de máquina fotográfica em punho.
Os aprendizes de fotógrafo que fazem exercícios sugeridos pelo professor.
Os idosos que caminham no vagar da sua idade. E as crianças que não correm.
Os chilreios que chegam das profundezas do verde, (des)envergonhados da sua harmonia.
E os patos que se procuram qualquer coisa que se coma no fundo do lago.
O cantarolar da água que passa nos riachos improvisados.
Os polícias que passam em par, zelando pela tranquilidade, pela segurança, pelo decoro e paz deste mundo para onde foram destacados.
O avião que risca o azul-céu em direcção ao seu destino.
Há muito que não me perdia nos jardins da Gulbenkian.
Fi-lo agora, na busca da pluralidade de Pessoa. Cada vez mais universal. Cada vez mais pessoa minha.

António Cruz escreve de acordo com a antiga ortografia.

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