Web Summit foi quase um “absurdo total”
Lisboa esteve quase a perder a realização da «Web Summit», na véspera da assinatura do acordo e devido a uma questão de IVA. A confidência foi feita à Lusa por Leonardo Mathias, ex-secretário de Estado Adjunto e da Economia, o governante que liderou o processo da candidatura portuguesa.
O anúncio de que Lisboa tinha vencido estava marcado para 23 de Setembro, de manhã, mas na véspera, cerca das 23h30, “o Turismo de Lisboa decidiu que não pagava o IVA”.
“Foi um trabalho absolutamente extraordinário do João Cotrim de Figueiredo [na altura presidente do Turismo de Portugal] pela noite fora a tentar, por um lado, convencer o Turismo de Lisboa que se todos os organismos intermédios pagavam IVA porque é que eles não pagavam”, prosseguiu. “O senhor amuou e disse que não pagava, não pagava, não pagava. Não saía dali.”
Foi preciso resolver o impasse. O Turismo de Portugal e a AICEP procuraram encontrar uma solução, que foi distribuir o pagamento desse IVA pelos outros intervinientes.
“Só às três e meia da manhã enviei um SMS ao vice-primeiro-ministro da altura, Paulo Portas, a dizer: Não há problema, temos assinatura amanhã às 8h”, continuou Leonardo Mathias. “Nessa noite esteve para não haver Web Summit por causa de um IVA do Turismo de Lisboa, portanto, o absurdo é total.”
Lisboa vai receber a «Web Summit» em 2016, 2017 e 2018, e este ano o evento realiza-se entre 8 e 10 de Novembro. É um dos mais importantes eventos europeus de tecnologia, empreendedorismo e inovação. Lisboa era uma das duas finalistas e bateu Amesterdão na final.
O evento deverá contar com 40 mil participantes, mais de duas mil empresas, mil investidores e 650 oradores das maiores tecnológicas globais. O apoio público dado a este evento ascende a 1,3 milhões de euros por ano, totalizando 3,9 milhões para as três edições.
A candidatura de Lisboa foi organizada pelo Turismo de Portugal, Associação Turismo de Lisboa (ATL) e AICEP (Agência de Investimento de Portugal), tendo contado também com o apoio institucional do Governo da República e da Câmara Municipal de Lisboa.
Na última edição do evento em 2014, 22 mil participantes estiveram em Dublin, gerando um volume de negócios para a capital irlandesa de 100 milhões de euros, segundo contas oficiais.
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