Viagens por “Mundos [im]prováveis”

“Mundos [im]prováveis” é o mais recente livro de António Barroso Cruz, destinado sobretudo ao leitor viajante. A obra, editada por O Liberal, é, segundo o autor, “um género de volta ao mundo”. Sendo viajante de ‘corpo e alma’, António Barroso Cruz sentiu os contratempos que a pandemia trouxe. Hoje, e perante a situação que se vive em todo o lado, afirma que “é seguro viajar”.

O livro “Mundos [im]prováveis” foi apresentado, nesta quinta-feira, dia 25, no Museu Casa da Luz num cenário descontraído, entre conversas de viajantes sobre viagens.

Tribuna da Madeira (TM) – O que apresenta este livro “Mundos [im]prováveis”? E a que tipo de leitor se destina?
António Barroso Cruz (ABC) – O leitor alvo é sobretudo o viajante. O que procura o mundo numa ânsia de conhecimento e de revelações acerca das suas gentes e dos seus tesouros. É um livro que propõe uma viagem por alguns dos sítios por onde andei nas minhas últimas viagens como é o caso do Chipre, de Zanzibar, da Bielorrússia, das Ilhas Faroé, do Canadá, do Equador, do Paraguai, da Birmânia, do Butão, do Camboja, da Guiné Bissau, dos Açores e alguns mais. Um género de volta ao mundo.

TM – Como tem sido para um viajante como o António lidar com a pandemia?
ABC – Lidar com a situação pandémica para quem tem a arte de viajar como profissão é muito complicado. Primeiro veio o choque e a impotência de precisar, e de querer, viajar, e não poder de todo. Depois as marcas psicológicas que tal representa para quem vive das viagens. Depois instalou-se um género de tristeza e rendição aos factos. Isto tudo em 2020. Já em 2021, com a abertura parcial do mundo e com a expansão do programa de vacinas, acende-se a luz ao fundo do túnel e consigo, logo em Março, regressar aos céus e atravessar fronteiras.
Foi um processo longo mas que considero já ter passado, apesar de o vírus ter vindo para ficar, pois este ano já consegui concretizar meia dúzia de viagens que tinha na minha lista de prioridades.

TM – Acha que as pessoas estão ainda focadas para a leitura, para os livros? E os jovens?

ABC – Sim, a leitura creio até ter sido um exercício que se desenvolveu em tempos de confinamentos e quarentenas. As pessoas ter-se-ão voltado para os livros ou mesmo passado a ler mais. Não é um fenómeno em vias de extinção, ainda que haja naturalmente, uma procura pelo digital e pelo streaming (seja no caso dos jovens ou mesmo no dos adultos) que vem roubar, ou quiçá complementar, tempo aos livros. Mas se fizerem como eu irão encontrar o equilíbrio desejável entre estas duas realidades.

TM – Tendo já se notado uma afluência nas viagens, e porém tendo em conta o aumento de casos de Covid na Região, e não só, como viajante, na sua opinião, é seguro viajar?

ABC – Sim, é seguro viajar. Este aumento era expectável pois entrámos em época outonal com baixas de temperatura depois de um Verão quente. Todos os anos acontece, não é de agora. O aumento de casos na Região também seria esperado pois apesar de ilha não está isolada do mundo. É até um dos destinos mais procurados na Europa. Também com o regresso às aulas e a abertura de discotecas era de esperar que houvesse um aumento de casos de infecção. Mas tudo tranquilo. Nem é o fim do mundo nem o número de mortes a nível mundial é preocupante.
Sabendo as regras de bem viajar, aplicando-as à risca e tendo os necessários cuidados de protecção individual e social, corre tudo bem. Porque na verdade tanto posso ser contagiado na Rússia como no supermercado do meu bairro, essa é a verdade!


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