OCDE revê em baixa o crescimento da economia mundial

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) reviu em baixa as suas previsões para o andamento da economia mundial e estimou que o mundo cresça nesse ano 2,9%, menos uma décima do que previa em Junho. Este valor, divulgado hoje, no âmbito da avaliação intercalar das perspectivas para a economia mundial, é o mais baixo desde 2010 e fica aquém dos 3% que os economistas consideram ser o limiar de uma recessão global.

Segundo a OCDE, a degradação das perspectivas económicas deve-se essencialmente à contracção das trocas comerciais que estão num patamar “excepcionalmente baixo”, em parte devido ao arrefecimento da China, ao processo de deslocalização de empresas europeias e norte-americanas que aí haviam instalado parte da sua cadeia de produção e à queda do preço das matérias-primas, designadamente do petróleo.

“Medida pela intensidade das trocas comerciais, a globalização, que ao longo das últimas décadas foi o motor de crescimento da economia mundial, poderá ter sido travada”, adverte a organização presidida por Angél Gurría.

Em relação a 2016, as novas previsões da OCDE revêem em forte baixa o crescimento para os Estados Unidos, que deverá progredir 1,4% em vez dos 1,8% antecipados em Junho. A Zona Euro crescerá menos: 1,5%, uma décima aquém do que a OCDE previa há três meses. Sinal positivo apenas para Alemanha, Reino Unido e Brasil. A maior economia europeia crescerá 1,8%, o Reino Unido deverá expandir-se 1,8%, e a recessão no Brasil deverá ser mais branda, devendo o PIB recuar 3,3%, em vez dos 4,3% que eram previstos em Junho.