Festival do Caldo de Peixe aviva tradições açoreanas
Visitar os Açores é obrigatório. Por todas as razões conhecidas – beleza natural, autenticidade, natureza em estado puro – e outras menos óbvias mas igualmente surpreendentes. É o caso da vila de Rabo de Peixe. Uma surpresa e uma lição de vida. O facto de ser considerada uma das localidades mais pobres da Europa não a determina. Pelo contrário. Aviva o espírito solidário que se traduz na realização de iniciativas como o Festival do Caldo de Peixe. Já na sua quinta edição, tem este ano lugar de 21 a 23 de Julho, no Porto de Pescas da vila.
Além da possibilidade de experimentar várias versões de caldos de peixe – uma especialidade regional que traduz, em sabor, a alma de uma comunidade que vive da atividade piscatória – poderá ainda participar nas várias iniciativas paralelas preparadas para este ano – presença da Confraria da Caldeirada de Peixe e do Camarão de Espinho, prova do hambúrguer de cavala de autoria da chef Patrícia Borges, entre outras.
Convém salientar que esta será a primeira edição internacional do festival, graças à presença da Confraria dos Ouriços-do-mar de Gijón (Asturias) e, num âmbito lúdico, do músico Lou Bega (que se popularizou como o êxito Mambo No. 5).
Não faltam, pois, boas razões, para visitar o Festival do Caldo de Peixe. Mas há uma que se sobrepõe a todas pela sua relevância social: o lucro das vendas dos caldos de peixe reverte inteiramente para o apoio do serviço educativo das crianças de Rabo de Peixe. Quantos mais caldos se venderem – este ano a fasquia eleva-se para os 5 mil caldos – mais futuro se pode garantir às crianças de uma localidade que tendo vivido exclusivamente da pesca, precisa urgentemente de se reinventar e aprender a aplicar a sua relação única com o mar dos Açores ao serviço de atividades remuneratórias paralelas, como o turismo.
E é por tudo isto que Rabo de Peixe é uma surpresa, uma lição de vida e uma localidade que é essencial conhecer. O Festival do Caldo de Peixe é o melhor dos pretextos para tomar contacto com uma comunidade única no nosso país. Disposta a mudar mas sem nunca perder de vista o que sempre lhe deu sentido: o mar.
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