Jovens da Calheta não têm apoio psicológico
A população da Calheta está sem apoio público psicológico desde Outubro de 2020 e a inexistência de psicólogos nos centros de saúde das freguesias da Calheta e Arco da Calheta “está a privar os utentes destas unidades de saúde e as crianças e jovens das escolas deste acompanhamento fundamental”. A denúncia foi feita hoje por Sofia Canha, vereadora e candidata socialista à presidência da Câmara Municipal da Calheta.
“Se a necessidade daquele serviço era reconhecidamente importante, sobretudo para as pessoas com menos recursos, que não têm possibilidade de recorrer a profissionais no privado, a situação de saúde emocional, psicológica e mental dos utentes ter-se-á agravado após o confinamento e a deterioração das condições económicas decorrentes da pandemia”, afirma a também deputada do PS na Assembleia Legislativa da Madeira, que exige ao Governo Regional a rápida resolução do problema.
Sofia Canha adverte que as pessoas que ficaram sem trabalho ou veem ameaçada a sua situação laboral e familiar desenvolvem ou podem desenvolver quadros de grande stresse e depressão. O alerta é especialmente direccionado para “os jovens estudantes que ficaram em casa, com ensino à distância durante 3 meses, muitos deles com déficit de acompanhamento em casa e com ambientes familiares tensos”, e que “terão sofrido impactos negativos no seu estado emocional, em alguns casos com necessidade de seguimento médico e psicológico”.
Segundo Sofia Canha, os próprios docentes garantem notar a existência de um número considerável de jovens, sobretudo na faixa dos 12 e 13 anos, que regressaram à escola com comportamentos alterados e apresentando maiores dificuldades de concentração, com prejuízo para as suas aprendizagens.
“Esses jovens teriam necessidade de serem avaliados e devidamente acompanhados por um profissional devidamente habilitado”, defende a candidata à autarquia calhetense. “Não se compreende o adiamento da colocação de psicólogos nos principais centros de saúde do município, exigindo-se, por isso, ao Governo Regional, a rápida resolução do problema.”
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