Dez países acolhem metade dos refugiados do Mundo
Os países que mais acolhem refugiados estão fora da Europa e não estão inseridos no grupo dos mais ricos. A Amnistia Internacional (AI), num relatório que publicou esta terça-feira, acusa os países ricos de desenvolverem políticas “de interesse próprio e de egoísmo” que irão agravar a crise de refugiados. Isto porque os dez países que acolhem mais de 56% do total de refugiados representam menos de 2,5% do PIB mundial. A AI estima que existam 21,3 milhões de refugiados e que 86% sejam acolhidos por países de baixo ou médio rendimento.
“Apenas dez das 193 nações no mundo acolhem actualmente mais de metade da população global de refugiados. Está a ser deixado nas mãos de um pequeno número de países fazer demasiado, apenas porque são vizinhos da crise. Esta situação é insustentável, expondo os milhões de pessoas que fogem da guerra e da perseguição em países como a Síria, o Sudão do Sul, o Afeganistão e o Iraque imersos em miséria e sofrimento”, disse o secretário-geral da AI, Salil Shetty.
No final de 2015, a Jordânia tinha o maior número de refugiados do mundo: 2,1 milhões de palestinianos que aí vivem há décadas, mais 664.100 sob alçada do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, perfazendo 2,7 milhões refugiados. Seguiam-se a Turquia, onde estão o maior número de sírios, com 2,5 milhões de refugiados oriundos ainda do Paquistão (1,6 milhões), Líbano (1,5 milhões), Irão (979.400), Etiópia (736.100), e Quénia (553.900).
“É chegada a hora de os líderes mundiais entrarem num debate sério e construtivo sobre como é que as nossas sociedades vão ajudar as pessoas que se viram obrigadas a abandonar as suas casas devido à guerra e à perseguição de que são alvo. (…) Têm de explicar porque é que o mundo consegue resgatar bancos, desenvolver novas tecnologias e combater guerras, mas não é capaz de encontrar casas seguras para 21 milhões de refugiados – que são só 0,3% da população mundial”, sublinhou o secretário-geral da AI.
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