Venezuela vai retirar de circulação quase metade das notas
Os venezuelanos vão deixar de poder usar as notas 100 bolívares nas transações vulgares a partir de quarta-feira, segundo anunciou o presidente Nicolás Maduro, este domingo, na televisão. São as notas de valor mais elevado na Venezuela, correspondendo a 48% do dinheiro em circulação.
O anúncio foi feito durante o programa “Em Contacto com Maduro”, tendo sido justificada em nome do combate à suposta actuação de máfias colombianas, acusadas de armazenarem as notas em armazéns para desestabilizarem a economia do país. Os venezuelanos terão 10 dias para trocar as notas nas instituições bancárias.
Segundo Maduro, uma investigação descobriu que há armazéns em cidades da Colômbia, Brasil, Alemanha, República Checa e Ucrânia onde as máfias estarão a acumular estas notas, num plano contra a moeda venezuelana que estará a ser executado por uma organização não-governamental “contratada pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos”.
A inflação na Venezuela é estimada em 500%. Qualquer compra sem recurso a cartões de crédito ou de multibanco exige uma enorme quantidade de notas, pelo que a retirada súbita das notas de 100 bolívares faz antever uma situação caótica nas transacções comerciais no país.
A Venezuela tenciona introduzir de forma progressiva, a partir desta quinta-feira, novas moedas e notas, cujo valor mais baixo será de 500 bolívares e o mais elevado de 20.000 – esta últimas correspondendo a cerca de cinco dólares (4,73 euros), segundo a cotização da moeda venezuelana no mercado negro.
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