Vitória das mulheres sobre o conservadorismo de direita

“Uma vitória das mulheres sobre o conservadorismo de direita”. Assim definiu a eurodeputada Liliana Rodrigues a votação favorável, na sessão plenária de Estrasburgo, do relatório sobre a “Igualdade de género e emancipação das mulheres: transformar as vidas das raparigas e mulheres através das relações externas da União Europeia (UE) no período de 2016-2020”.

Num relatório que pretendia avaliar o Plano de Acção de Género para as relações externas da UE, implementado em 2016, Liliana Rodrigues mostrou-se satisfeita pelo chumbo à resolução minoritária avançada pela relatora do Partido Popular Europeu (PPE) e pela aprovação, na íntegra, das recomendações integradas no documento, tal como anteriormente aprovadas na Comissão de Desenvolvimento e na Comissão dos Direitos das Mulheres e da Igualdade de Género.

“Felizmente conseguimos a aprovação em todas as nossas recomendações, algo que parte da direita conservadora queria eliminar do relatório, através de uma resolução alternativa que pretendia destruir princípios fundamentais que orientam a União Europeia e que o Parlamento Europeu tem vindo a afirmar e a defender há mais de uma década”, afirmou Liliana Rodrigues.

A proposta apresentada pela relatora do PPE pretendia que fossem eliminadas, por exemplo, as referências aos direitos sexuais e reprodutivos como condição para a igualdade de género e o empoderamento das mulheres, à possibilidade das vítimas de violação em situação de conflito de recorrerem à interrupção voluntária da gravidez e, ainda, à defesa dos direitos das pessoas LGBTI. Para a eurodeputada socialista a aprovação de todas estas recomendações foi “uma vitória das mulheres sobre o conservadorismo de direita”.

Segundo dados recentes das Nações Unidas, 120 milhões de raparigas em todo o mundo foram forçadas a ter relações sexuais em algum momento das suas vidas e cerca de 610 milhões de mulheres em todo o mundo foram usadas como arma de guerra. “A União Europeia tem um papel fundamental na defesa dos direitos das mulheres. As filhas deste mundo têm os mesmos direitos que as filhas da Europa e é isso que nós queremos. Igualdade para as mulheres e o empoderamento das mulheres em todo o mundo”, resumiu Liliana Rodrigues.

O relatório sobre “Igualdade de género e emancipação das mulheres: transformar as vidas das raparigas e mulheres através das relações externas da UE no período de 2016-2020” foi aprovado com 383 votos a favor, 118 contra e 120 abstenções.

 


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