‘Funchal é uma Cidade Educadora’

A Câmara Municipal do Funchal voltou a organizar ontem a Conferência “Des(a)fiar a Escola”, dando continuidade ao trabalho desenvolvido no ano passado. A segunda edição decorreu no Teatro Municipal Baltazar Dias e nos Paços do Concelho e voltou a ter como objetivos debater a escola, desafiando toda a comunidade educativa para esta reflexão, e dar visibilidade a diferentes experiências educativas que estejam a ser levadas a cabo no nosso território. A edição deste ano contou com a participação de Carlos Neto, Professor Catedrático na Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa, e ainda de Adelaide Vala (Educadora de Infância em Loures) e Elsa Fernandes (Universidade da Madeira), que se debruçaram sobre a qualidade da resposta do atual modelo de organização escolar e familiar para as crianças.

Paulo Cafôfo começou por considerar que “o Funchal é uma Cidade Educadora na verdadeira acepção da palavra, uma vez que faz parte da Rede Internacional de Cidades Educadoras desde 2014, tendo sido igualmente classificada, no ano passado, pela UNICEF, como Cidade Amiga das Crianças, em áreas que nada têm a ver com a educação pura e dura, tais como o urbanismo, a mobilidade e a participação.” O Presidente não tem dúvidas, por isso, de que “faz todo o sentido que, com as suas competências, a Autarquia interfira e intervenha no debate daquela que deve ser a Educação na cidade e na Região.”

O edil defendeu também que, nesta 2ª edição, “mais do que desafiar a escola, há um desafio a todos nós, políticos, professores e pais, que é o de repensar este modelo de organização da escola e pensar se ele responde ou não às necessidades das nossas crianças.” Para o autarca, “aquilo que me parece é que este modelo corresponde às necessidades dos pais e dos empregadores, possibilitando-lhes ficar cada vez mais tempo no local de trabalho, mas não às das crianças.”

O Presidente, ele próprio professor, concluiu que “a escola não deve ser um armazém, mas um espaço de transformação humanizador, não só a nível de conhecimento, mas da própria valorização enquanto pessoa. A escola serve para pensar e tem de ser um local de aprendizagem enquanto valor acrescentado, com cada vez mais atividades lúdicas e diferenciadoras. Não podemos escolarizar todos os momentos da vida das crianças, pelo que este não é um desafio para a escola, mas para todos nós, enquanto sociedade.”


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