Fragata da Marinha Portuguesa colabora com autoridades em exercício de emergência civil
A Marinha Portuguesa colaborou durante dois dias com as Forças Armadas e Proteção Civil de Cabo Verde em exercício de apoio a catástrofe e ajuda humanitária, conduzido na ilha de Santiago.
O exercício “Salvar Vidas” realizado na localidade de Pedra Badejo, Ilha de Santiago, durante os dias 11 e 12 de abril, contou com a colaboração da fragata Álvares Cabral e da sua Força de Fuzileiros embarcada, que se encontra em missão na região no âmbito da iniciativa Mar Aberto.
A fragata portuguesa embarcou no dia 11, na cidade da Praia, uma força cabo-verdiana constituída por 36 Fuzileiros, com a sua respetiva equipa médica, equipamento e material diverso de apoio a sinistros, para criar uma força conjunta com os Fuzileiros que se encontram embarcados na Álvares Cabral. O navio largou nesse mesmo dia para iniciar as operações ao largo de Pedra Badejo.
O cenário criado para o exercício apresentava uma zona de catástrofe após um sismo de elevada magnitude, que provocou ruturas na barragem de Poilão e consequentes inundações e enxurradas ao longo da Ribeira Seca até ao povoado da Achada Igreja, afetando seriamente a população local, algo passível de ocorrer naquele arquipélago com elevada atividade sísmica e vulcânica.
Uma força combinada de 72 militares, de 34 fuzileiros e um médico de Cabo Verde e 37 fuzileiros portugueses, e respetivo material de apoio, foram projetados a partir da fragata para a área de operações com recurso a botes, tendo desembarcado em zona de praia. No local já se encontravam elementos das Forças Armadas e Proteção Civil de Cabo Verde, tendo rapidamente sido constituído um posto de comando conjunto para a coordenação das operações, e reforçado o dispositivo médico que se encontrava instalado no local.
Além das diversas ações de treino conjunto e partilha de conhecimento da Marinha em matéria de apoio a catástrofes, que culminou com um resgate em local de difícil acesso na barragem de Poilão e posterior evacuação para a fragata, foi proporcionado apoio real através da equipa médica do navio, com consultas médicas, distribuição de medicamentos e ajuda alimentar à população local, num esforço partilhado entre Portugal e Cabo Verde.
O exercício revelou-se uma excelente oportunidade no âmbito da Cooperação Técnico-Militar entre Portugal e Cabo Verde, através do qual as valências , perícias e capacidade de intervenção dos meios e forças da Marinha Portuguesa, com especial enfoque em missões de natureza de assistência humanitária, foram colocadas à disposição de Cabo Verde.
Terminou assim o empenhamento durante 12 dias da fragata Álvares Cabral em águas de Cabo Verde, com um resultado extremamente positivo, tendo sido realizadas diversas ações de cooperação entre ambos os países, incluindo ações de patrulha marítima conjunta, que resultaram na deteção e detenção pelas autoridades de Cabo Verde de uma embarcação em atividade de pesca ilegal, reforçando assim a presença do Estado de Cabo Verde nas suas águas de soberania e jurisdição
A fragata Álvares Cabral é comandada pelo capitão-de-fragata Paulo Jorge Gonçalves Simões, e tem uma guarnição de 135 militares (dos quais 23 do sexo feminino). A bordo encontra-se também embarcada uma força constituída por 50 Fuzileiros, uma equipa de abordagem, uma equipa de mergulhadores e uma equipa médica.
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