Fundação Grünenthal distingue investigadores nacionais na área da dor

A Fundação Grünenthal acaba de reconhecer duas equipas de investigadores nacionais na área da dor. Os trabalhos foram galardoados com um valor de 15 mil euros, distribuídos pelas categorias de investigação básica e clínica.O trabalho vencedor, na categoria de Investigação Básica, tinha como objetivo investigar possíveis mecanismos e moléculas envolvidas na comunicação neurónio-glia nos gânglios sensitivos e avaliar de que forma essas moléculas poderiam estar relacionadas com a receção e processamento de estímulos de dor. Fazem parte da equipa vencedora Diana Nascimento, Catarina Potes, José Castro-Lopes e Fani Moreira Neto, investigadores do Departamento de Biomedicina – Unidade de Biologia Experimental, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

“A ativação das células da glia e a sua interação com neurónios estavam descritas, ao nível do sistema nervoso central, como sendo importantes mecanismos para o desenvolvimento e manutenção de condições de dor crónica e esta investigação vai contribuir para uma melhor compreensão dos mecanismos e características neurobiológicas da dor associada a dor inflamatória articular, que afeta uma percentagem considerável da população”, revela Diana Nascimento.

Os investigadores acreditam que “o desenvolvimento de estratégias terapêuticas mais dirigidas aos gânglios sensitivos e aos mecanismos de comunicação intraganglionar neurónio-glia poderá ser uma alternativa válida no tratamento não só da dor inflamatória articular, mas também de outros tipos de dor onde mecanismos semelhantes ocorram”.

Na categoria de Investigação Clínica, o prémio foi entregue à equipa composta por Marta Matos, Sónia Bernardes e Liesbet Goubert, investigadoras do Centro de Investigação e Intervenção Social do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL) e do Department of Experimental-Clinical and Health Psychology, da Universidade de Ghent, na Bélgica. A investigação consistiu na análise da relação existente entre o apoio prestado por cuidadores formais promotor de autonomia versus dependência e as experiências de dor de pessoas idosas com dor crónica musculoesquelética.

“O apoio promotor de autonomia revelou-se associado a experiências de dor menos intensas, uma vez que potenciava e encorajava a realização das atividades diárias de forma autónoma; contrariamente ao apoio promotor de dependência que se confirmou como um fator de risco para esta população. Em investigações subsequentes estamos a avaliar a forma como estes processos evoluem ao longo do tempo bem como os fatores emocionais e cognitivos, para além dos comportamentais, envolvidos na relação entre o apoio recebido e as experiências de dor”, revela Marta Matos.

O júri do prémio é composto por um representante da Fundação Grünenthal e um representante de cada uma das seguintes entidades: Associação Portuguesa para o Estudo da Dor, Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Sociedade Portuguesa de Anestesiologia, Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação e Sociedade Portuguesa de Reumatologia.

O Prémio Grünenthal Dor foi criado em 1999 pela Fundação Grünenthal e destaca-se como sendo o prémio de maior valor, alguma vez distribuído em Portugal, no âmbito da investigação em Dor, uma vez que contemplam um valor de 15.000 euros, repartido igualmente pelos prémios de Investigação Básica e Investigação Clínica.


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