Orçamento do Estado agravará problemáticas sociais
A Cáritas teme que a execução das medidas inseridas no Orçamento do Estado para 2012 leve a que mais pessoas procurem ajuda.
As fortes medidas de austeridade que integram o Orçamento do Estado (OE) para 2012 vão fazer com que mais pessoas tenham a necessidade de recorrer à ajuda das instituições de solidariedade social.
“Vamos ter uma procura muito grande por parte de pessoas que irão ser afectadas por estas medidas de austeridade, as quais vão ficar numa situação muito difícil. Estamos a falar particularmente da classe média baixa e da classe média, que depois terá que fazer toda uma série de reajustes à sua própria vida”, apontou o presidente da Cáritas Diocesana do Funchal (CDF).
José Manuel Barbeito defendeu, ainda, que no actual período todos se devem unir e juntar esforços para ajudar os mais necessitados. “Tenho batido muito na tecla de que este é um momento de solidariedade… ou damos as mãos ou nos afundámos. Por isso, temos que dar as mãos e sermos solidários uns com os outros para superar esta fase da vida do país”, insistiu.
Para fazer face ao aumento dos pedidos de ajuda, a Cáritas já tomou uma série de medidas, onde se inclui, por exemplo, o reforço do apoio a outras instituições. “A Cáritas é um serviço da diocese de acção sócio-caritativa que recebe utentes, mas também presta apoio a outras instituições. Essa parceria com outras instituições já é feita de forma informal há muitos anos”, frisou o presidente da CDF.
Ou seja, “nós (instituições) entrecruzamos informação, até porque há apoios que se complementam. Por exemplo, se há famílias onde um dos elementos tem problemas de álcool fazemos o encaminhamento para a instituição que trata da referida doença”, complementou.
Segundo José Barbeito, a Cáritas apoia actualmente cerca de 400 agregados familiares, número que em 2011 aumentou em cerca de 20% em relação ao ano anterior.
Para além das pessoas que recorrem directamente à sede da Cáritas, as Conferências de São Vicente de Paulo também prestam apoio a inúmeros agregados familiares. “São 40 as conferências que estão espalhadas por 40 paróquias, o que significa que a Diocese do Funchal dá apoio a muitas famílias”, destacou.
O responsável pela CDF reforçou, ainda, que a diocese conta com o apoio de outras instituições particulares de solidariedade social e com associações de fiéis que trabalham no terreno directamente com as pessoas. “Existe uma grande relação de proximidade, cuja vantagem é detectar as situações, sobretudo, de pobreza envergonhada”, indicou.
José Manuel Barbeito aproveitou para anunciar que, no final do mês de Novembro, a Cáritas vai promover uma nova campanha de recolha de alimentos junto de alguns supermercados, não se prevendo, pelo menos para já, um reforço dessas mesmas campanhas.
“Promovemos anualmente duas campanhas de recolha de alimentos, sendo que até ao momento temos conseguido suprir as necessidades. Por isso, não convém entrarmos em alarmismos e dizer que vamos reforçar as campanhas. Para além disso, nas alturas de maior crise as pessoas costumam ser mais generosas”, salientou o responsável pela Cáritas.
Apesar do acentuar das problemáticas sociais, José Manuel Barbeito enalteceu o facto do OE não afectar directamente as instituições de solidariedade social. “Estávamos preocupados com o OE, pois pensávamos que o mesmo nos iria retirar algumas isenções fiscais… o que seria o descalabro e levaria ao encerramento de muitas instituições”, concluiu.
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